Trabalho no terreno… Diana e o seu filhote!

Esta é a história de uma cadela meiguissima, que a única coisa que procura nos humanos é um pouco de carinho e alguma comida.

Vi-a andar por ali pelo menos durante 3 anos. Dizem as pessoas da zona que ela seria de um homem que já é conheçido na terra por ter animais e não querer saber deles.

Cada vez que passava, lá estava ela com aquele olhar triste… passava de carro, carro esse que ela já conheçia, parava para lhe dar comida e lá vinha ela a correr dando ao rabo como forma de mostrar a sua alegria.

Por vezes as carraças faziam-lhe companhia… chamavam-na de Carraçeira… eu chamar-lhe-ia de Doçura…

Comendo aqui e ali, sim porque ainda há pessoas que gostam de animais e se sensibilizam com os nossos amigos de quatro patas. Teve filhotes, mataram a ninhada toda e por muito cruel que isto seja, o que mais lamento é não haver uma forma de controlar a reprodução destes animais, assim como também a forma como muitas vezes as crias são mortas.

Bem continuando, à pouco tempo voltou a ter mais uma ninhada, ligaram-me e lá fomos nós, dois membros da APAC tentar arranjar solução, sim porque se já tivessemos o nosso espaço para albergá-los seria mais fácil, mas como ainda está a ser tudo tratado temos de ter paciência e esse espaço construido acabamos por estar limitados. Num bidon velho encontramos 5 cãezinhos, rechunchudos com apenas 2 dias. Deixamos um cachorro macho…

Como é óbvio somos contra ao abate dos animais, como pessoas que gostamos de animais não é esse o nosso objectivo, mas com uma cadela deixada à sua sorte com 5 cachorros, qual era a opção…deixavamos todos, cresciam, eram atropelados e mal tratados… A parte mais difícil foi sem dúvida a ída ao veternário… foi doloroso demais saber o que iamos fazer, saí a chorar porque nunca nos habituamos à ideia que aquela é a melhor opção a tomar quando as circunstâncias são estas.

A mãe não viu tirarmos os filhotes, mas claro que como boa mãe que é chiava quando deu por falta deles, restou-lhe um para minimizar a sua dor… De coração partido viemos embora na esperança de arranjar alguém que ficasse com a mãe e filhote… Tiramos fotografias e dois dias mais tarde nem foi preciso divulgar… Apareçeu um senhor, através de um casal lá da terra, que gostam imenso de animais, para levá-los.

O senhor Manuel assim que chegou recebeu logo uma lambidela da Diana (foi o nome que lhe pôs), talvez ela soubesse que estava ali um amigo que lhe queria dar um lar, levei o filhote e ela simplesmente entrou no carro atrás do filhote com tanta ternura pelo pequenino que nem foi preciso chamá-la. Despediu-se dos amigos com um olhar… temos tanto para aprender com os animais…

Levei-os até á nova casa, um pinhal com uma casa com pátio. Ela saiu e investigou o sitio sempre com a preocupação no filhote. Esperei que o Senhor pusesse a sua nova casa a jeito e dei-lhe carinhos, conversando com ela… pareçia entender tudo e lambia-me como a confirmar o que lhe dizia… O pequenino, esse dormia aconchegado, alheio a tudo o que se passava.

Penso que vai ser feliz no seu novo lar… se é que alguma vez na vida teve algum lar…

Para a semana vou visitá-la mas já sei que está a adaptar-se bem ao novo sítio…

Boa sorte querida Diana

 

adoptados-carimbo09/2008

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