Divertimento à custa de sofrimento!

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Quem não conhece as lutas entre cães? Quem desconhece que durante essas lutas os direitos dos animais estão a ser violados?

 

Na verdade, as lutes entre cães envolvem dois cães que são, exaustivamente, treinados para lutarem entre si até ao esgotamento físico total do adversário. Isto porque, segundo o jornalista Harry Crews, autor do texto” A day at the Dogfights”, que retrata as lutas de cães nos EUA, a maioria das lutas entre cães ocorrem segundo um  conjunto de regras denominado Louisiana Rules, o que significa que os cães não têm que saciar a sua sede de morte. O objectivo dos cães passa então a ser lutar contra o seu inimigo até que ele desista, por estar demasiado ferido, por não aguentar mais ou simplesmente por medo.

 

Basicamente, o que acontece é que o desejo de morte destes Staffordshire Bull Terrier, American Pit Bull Terrier, dos vulgares Pit Bull, entre outros, é desenvolvido e espicaçado com um treino muito rígido.

Os treinadores mantêm-se atentos à linha dos seus atletas, pois estas lutas são divididas em categorias segundo o tamanho e peso dos animais, fazendo com que um Pit bull em idade avançada, com os músculos e maxilares desenvolvidos, lute com um pequeno cachorrinho.Segundo Skete, a alcunha do treinador de Pit bull entrevistado por Harry Crews, no mesmo texto, “quanto menos água o lutador tiver bebido, menos sangue perderá”.

 

Os animais ficam também sujeitos a um exaustivo exercício físico, obrigados a andar cerca de 20 milhas por dia.

Mas a principal parte do treino consiste em desenvolver a sede de sangue destes animais. Os treinadores destes animais usam animais pequenos, como gatos e coelhos, prendem-nos pendurados e soltam os cães que, segundo Skete, “apenas num golpe podem arrancar duas das pernas do gato, e fervilhando com o cheiro a sangue e incentivado pelos gritos do seu treinador, arrancar, de seguida, a cabeça do gato”. Depois de oito semanas de gatos, os cães começam a treinar com cachorros.

A luta começa por iniciativa dos cães e só é válida quando, por sua própria iniciativa, os cães começam a luta. Claro que, o que acontece é que os espectadores começam a espicaçar nos cães, por forma a forçá-los a lutar. Durante as lutas, os treinadores não podem tocar nos seus animais e nada pode entrar dentro do ringue. A luta acaba quando um dos animais tiver desistido, demasiado ferido, ou caso comece a ter dificuldades em respirar.

 

Os espectadores deste “desporto” apostam no animal que será vencedor, espicaçando-o a atacar o seu adversário. Durante o jogo, um companheiro do treinador vai recolhendo o dinheiro das apostas. Harry Crews descreve pessoas de todos os níveis sociais, homens e mulheres, como os espectadores destas lutas. Contudo, tanto os espectadores como os impulsionadores destas lutas  têm por hábito envolver os seus filhos neste ambiente, o que pode originar comportamentos agressivos nas crianças.

 

É importante referir que estas lutas também são uma realidade em Portugal, embora com dimensões menores. Acontecem em garagens, casas abandonadas, campos baldios, caves de estabelecimentos, armazéns isolados, campos de futebol vazios. As lutas são organizadas de forma avulsa, organizadas secretamente, e ocorrem em várias zonas do país, como no distrito de Braga e na Amadora.

Este tipo de lutas estão associadas à criminalidade, não só por se fazerem apostas – o que é ilegal -, mas também por estarem envolvidas nestas lutas conflitos de gangs, venda de droga ou armas. Mas o principal problema destas lutas centra-se no tipo de tratamento a que estes animais estão sujeitos durante os treinos, para além dos graves problemas físicos e de saúde com que ficam depois das lutas – sem patas, orelhas, cegos. E os gatos e coelhos que são mortos… tudo por divertimento do Homem.

 

Fontes: “The Beholder’s Eye”, editado por Walt Harrigton, Liga portuguesa dos direitos dos Animais, Pegadas – Online

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